segunda-feira, 8 de julho de 2013

ESCOLA USA CRIATIVIDADE PARA ENSINAR GEOMETRIA ESPACIAL E PLANA

Em São Lourenço de Minas, cidade conhecida pelos Circuitos das Águas no estado,uma escola resolveu desmistificar uma área melindrosa do dia-a-dia escolar: a matemática no banco da escola, tão temida pela maioria dos estudantes.

Segundo a educadora Eliete Lourdes Augusto, da Escola Estadual Professor Mário Junqueira Ferraz, “quando o assunto é matemática, a única certeza que todos têm é o fato de ser uma palavra proparoxítona. A afirmação vem com uma dose generosa de exagero, mas reflete o horror com que boa parte das pessoas encara o ato prosaico de calcular. Um horror contraproducente, uma vez que a matemática é, provavelmente, a ciência mais presente em nossas vidas”, e foi para concretizar esta presença quase natural da matemática ao nosso redor, que surgiu o projeto “As Infinitas Formas de Ensinar”, que abraçou todo ensino fundamental e médio da instituição.
Logomarca do projeto que mobilizou toda a comunidade da Escola Estadual Mário Junqueira Ferraz. Foto: Arquivo escola
Focando a geometria espacial e plana, o projeto contemplou um conteúdo em cada ano escolar – teoremas, formas geométricas e cálculos – para concretizá-los na realidade dos alunos.

No 3º ano do Ensino Médio da EE Professor Mário Junqueira, os alunos que estavam estudando tabelas e gráficos, embarcaram em um projeto cujo foco era fazer um levantamento estatístico sobre o consumo da merenda. Quantas vezes em média um aluno consome merenda escolar, qual a preferência por alimentos, prevalência de ingredientes, tabelas calóricas foram algumas das abordagens usadas pelos estudantes para originarem os cálculos que mapearam os hábitos alimentares destes alunos.
As receitas culinárias que imitavam as instalações escolares foram feitas a partir de noções geométricas e espaciais da matemática. Foto: Arquivo escola
No campeonato de futebol de salão, que a coordenadora Eliete Augusto criou especialmente para o projeto “As infinitas formas de ensinar”, a lição foi sobre probabilidade matemática. Especular placares e as tabelas de artilheiros da competição, que aconteceu entre os dias 05 de maio e 12 de junho, foi a base da tarefa de cálculos. “A última partida da competição terminou em pênalti. E a vitória foi para a turma do 2º ano, que ficou com a melhor”, brincou a professora, para quem o ganho de toda esta maratona matemática, que vem acontecendo desde fevereiro deste ano, é também disciplinar.

Segundo ela, não é preciso mais impor uma determinada responsabilidade para com o aprendizado, basta pedir. Os alunos se tornaram menos resistentes a esta ciência exata. Além disso, os estudantes têm mais afeição para com os professores e para com a escola”, conta Eliete que coordenou o projeto matemático junto a também educadora Ilza Abraão.
Tapete desenhado em papel quadriculado a partir do uso de serragem colorida e pó de pneu recauchutado foi a proposição lúdica feita pelos professores de matemática aos alunos do 1º ano do Ensino Médio. As seis turmas produziram 24 tapetes que ficaram expostos na escola durante uma semana. Foto: Arquivo escola
Os bolos da festa de encerramento do campeonato foram feitos pelos alunos do 2º ano. Os estudantes produziram as guloseimas a imagem e semelhança das formas geométricas da escola – três cubos.

O Tangram, quebra cabeça chinês formado por sete peças designadas por tans (5 triângulos, 1 quadrado e 1 paralelogramo) também entrou no projeto. Os alunos do 6º ano aprenderam a montar as frações numéricas usando as proporções das figuras.

“A magia dos triângulos” foi o projeto pedagógico direcionado aos alunos do 8º ano, que participaram de um exercício de observação nas dependências do prédio escolar, que desafiou os alunos a identificarem a existência dos três tipos de triângulos, que existem na matemática: escaleno, isósceles e eqüilátero. Um triângulo no trinco do piso e da bandeira do estado de Minas Gerais foram alguns dos registros que os alunos fizeram em forma de fotografia, durante um mês, para depois serem analisados e estudados em sala de aula.
O foco dos alunos do 9º ano foi o uso de garrafas pet, que aproveitaram a forma cilíndrica para construir sofás, pufes e uma cadeira de rodas que foi doada para a Instituição Filantrópica de Assistência Social, APAE da cidade. Os braços e os assentos foram feitos de garrafa pet. Foto: Arquivo escola
Para o 7º ano, o projeto “As infinitas formas de ensinar”, reservou o exercício de montagem de sólidos. Os estudantes planificavam primeiramente os sólidos, a partir da colagem de fotografias da escola, para depois montá-los.

Como pode se ver, o medo da matemática parece estar cada vez mais distante da realidade destes alunos, que já a enxergam em seu cotidiano.

                                    Município de São Lourenço/ Superintendência Regional de Ensino de Caxambu

Nenhum comentário:

Postar um comentário